quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Após "autorização" de bispo, chilenos promovem matança de cães



Cães sucumbem ao extermínio em massa após aval da Bíblia e de "líder" religioso
Punta Arenas, cidade localizada no sul do Chile, é a capital da província de Magallanes. Com cerca de 12 mil cães de rua, a cidade apresenta o dobro de animais abandonados do que as cidades vizinhas. No dia 05 de janeiro, um homem de 73 anos não identificado foi atacado por cães ao sair da igreja. 

Este foi o estopim para que o bispo da cidade, Dom Bernardo Bastres, escrevesse um artigo para o jornal local Hoy por Hoy onde foi sugerido que a praga de cães abandonados poderia ser resolvida através do extermínio dos animais.

No artigo, contrariando o senso humanitário, que prega a esterilização como forma de controle populacional e não o extermínio, Bastres escreveu “Deus criou todas as coisas e as colocou à disposição do ser humano, esse é um princípio do Gênese, tudo está ao nosso serviço, e, portanto, também podemos nos desfazer de problemas criados pela natureza”. Ele argumentou que algumas cidades europeias têm autonomia para matar os cachorros de ruas quando se tornam um incômodo para a sociedade. 

Para Bastres, Bíblia respalda extermínio de animais

No último fim de semana dezenas de corpos de cães mortos por envenenamento apareceram na cidade. Mesmo informando  aos seus fiéis que a Bíblia respaldava o extermínio dos animais, o bispo procurou se defender, dizendo que as pessoas que mataram os animais são “desequilibradas” porque, em um sistema democrático, “o povo não pode fazer Justiça com as próprias mãos”. Claro, depois que a m*rda está feita, só resta tirar o dele da reta. Contudo, fica notória a relação existente entre o artigo publicado pelo bispo e o genocídio dos cães.

Andrew Linzey, teólogo da Universidade de Oxford disse em artigo publicado em 2011 no The Telegraph que uma das causas da crueldade contra os animais é o fato de os cristãos acharem que só os homens são filhos de Deus porque foram feitos à semelhança Dele. Os artigos de Linzey e Bastres abrem espaço para um debate. É importante salientar que realmente a Bíblia respalda a atitude dos chilenos que mataram os cães. Logo, até que ponto o ser humano do século XXI deve se guiar por um livro destes?

Além disso, até quando os "líderes" religiosos vão agir por impulso, se esquecendo que existe uma legião de seguidores cegos e sem senso crítico que leva ao pé da letra tudo que eles dizem? Na frase anterior, líderes está entre aspas de propósito, pois eu questiono este tipo de liderança, não no tocante a ela existir ou não, mas na forma como ela se dá. Os "liderados" são como marionetes nas mãos destas pessoas.

Na postagem, sobre o pastor Sherman, que pregava a cura pela fé, mas estava se tratando escondido de câncer, este comportamento ficou claro, quando uma mãe preferiu orar a levar a filha doente para o hospital causando a morte da menina (clique aqui para ler).

No meu mundo ideal, "líderes" religiosos devem ser responsabilizados por atos assim. Uma espécie de coação pela fé. Mas é claro que neste mundo governado por seres "racionais" isso não passa de utopia.

Com informações do blog Paulopes e do The Telegraph.

ATUALIZAÇÃO 

Pessoal, minha intenção com este blog é apenas expor minha visão sobre alguns assuntos, por isso em algumas postagens eu faço esse adendo, como uma forma de explicar melhor meu ponto de vista, que muitas vezes, pelo comentários, me parece não ter ficado claro.

Com relação e essa postagem em específico.

1 - Reconheço que há um problema na cidade, de saúde pública inclusive, haja visto eu ter citado no primeiro parágrafo.

2 - Reconheço que a solução passa pela redução populacional dos cães.

3 - Questiono se a melhor maneira de fazê-lo é através do extermínio.

4 - Questiono a real motivação do extermínio. Desde quando um artigo de um bispo tem que ser motivação para essa ação? E desde quando pode-se usar a Bíblia como respaldo para essa ação?

5 - Questiono o modo como o extermínio foi feito, ou seja, por pessoas comuns através de envenenamento.

Vamos supor que realmente a esterilização não seja a melhor maneira para controlar e que a única saída seja  o extermínio. Por que não fazê-lo através de uma forma mais humanitária? Talvez com uma injeção letal. Por que a "ordem" tem que partir do bispo? Até quando a Bíblia vai ser usada como subsídio para atitudes assim?

São essas as perguntas que ficam no ar.

Não vejo desculpas para a forma encontrada para a solução do problema, tampouco para quem sugeriu a solução do problema e menos ainda para quem acatou a "ordem".

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