domingo, 1 de janeiro de 2012

João Amazonas, um revolucionário à altura dos grandes desafios


João Amazonas, grande homem e ousado revolucionário
Por Renato Rabelo

Conheci J. Amazonas, pela primeira vez, em 1972, quando foi culminada a integração da Ação Popular ao PCdoB. Convivi com este proeminente líder comunista três anos no exílio, em Paris, junto com Diogenes Arruda, na consecução da imprescindível tarefa de reagrupar o Partido e conduzi-lo de fora do país em tormentoso momento, após o duro episódio conhecido como Chacina da Lapa (16/12/76), quando a maior parte da direção central do Partido foi abatida por sanguinário órgão de repressão do regime militar. A anistia alcançada nos permitiu voltar ao Brasil em finais de 1979. Diante de nos, comunistas, o imenso desafio de reestruturar o Partido. Desde então, seguiu uma extensa e profunda relação de convívio político entre eu e Amazonas, do compartilhamento de grandes responsabilidades na edificação do Partido Comunista do Brasil, até sua morte em abril de 2002.

Tive a oportunidade e o privilégio de viver e trabalhar conjuntamente com este ousado revolucionário, abnegado e ardoroso defensor de grandes ideais civilizatórios, sempre atento ao novo tempo, arguto político inserido no curso prático, empenhado na busca incessante da construção de uma nova sociedade, superior ao sistema capitalista – a sociedade socialista na sua plenitude. Para mim foram 30 anos de fértil aprendizado teórico, político e prático. Período mais avançado e rico de minha militância dedicada à causa revolucionária e comunista, que me forjou para melhor puder responder junto com nosso coletivo aos difíceis desafios da atualidade.

Amazonas foi um dos mais proeminentes ideólogos da causa revolucionária em nosso país, e deixou um legado do rico pensamento político, de exemplo de militante revolucionário e um respeitado e influente Partido Comunista do Brasil. E, embora tenha deixado um grande legado de textos escritos e publicados, foi ser um grande construtor do Partido Comunista do Brasil. Sua vida foi um esforço constante de ligação da teoria com a prática, e uma atividade permanente de estreito vínculo com os anseios dos trabalhadores e do povo, e de viver atualizado com sua época.


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