terça-feira, 8 de novembro de 2011

Greve de 88 na CSN: operários mortos pelo Exército. O Brasil já era uma democracia?


Comandante da chacina, foi premiado no governo de FHC
Explosões, polícia por toda a parte, gente baleada e morta. Não se trata do processo revolucionário que se espalha atualmente pelo mundo. No final dos anos 80, numa época em que o Brasil tentava se redemocratizar e debatia sua nova Constituição, este foi o quadro pintado em Volta Redonda, município do Sul Fluminense (RJ), devido à greve na Companhia Siderúrgica Nacional – CSN.

Neste 09 de Novembro de 2011, em que certamente se noticiará à exaustão o 22º aniversário da queda do Muro de Berlim, completam-se 23 anos da morte de três operários dentro da CSN, precisamente dentro da Usina Presidente Vargas, após invasão do Exército para reprimir o movimento grevista.

As mortes ocorreram de forma brutal e, além de os militares assassinos não terem sido punidos (tal como não foram os torturadores da ditadura), o general que ordenou a invasão da CSN ainda viria a ser promovido, no governo FHC, a ministro do Superior Tribunal Militar.

Neste ano, está montada em Volta Redonda uma exposição fotográfica que relembra aquelas mortes. E é mesmo necessário que se relembre. Há alguns anos, foi realizada uma pesquisa para testar a memória dos volta-redondenses. 135 dos 500 entrevistados nunca ouviram falar da Greve de 88. 215 não sabiam o porquê da greve. E 265 não sabiam o nome dos operários mortos. Se a população de Volta Redonda não sabe, imaginem o restante do Brasil? A mídia, claro, tem aí enorme parcela de culpa.

Para falar sobre o assunto, o “Quem tem medo da democracia?” entrevistou em exclusivo o advogado trabalhista Vanderlei Barcelos, que, durante a greve de 88, era diretor de base do Sindicato dos Metalúrgicos de Volta Redonda. Formado pela Escola Técnica da CSN, foi admitido na empresa em 79, atuando como técnico de indústria.

Segundo ele, a greve foi uma “decisão acertada” e a repercussão internacional que se deu devido à morte dos operários não influenciou o movimento: Veja a entrevista completa aqui

Fonte: Blog Quem tem medo da democracia?

Nenhum comentário:

Postar um comentário