terça-feira, 2 de agosto de 2011

Com Collor, Forças Armadas mantiveram espionagem política até 91.


Documentos confidenciais disponibilizados recentemente pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo mostram que as Forças Armadas mantiveram um esquema de espionagem política até 1991, quando o presidente era Fernando Collor de Mello. Atualmente Collor é senador pelo PTB-AL e um dos maiores opositores à abertura dos arquivos secretos do governo.

Os papéis encontrados no extinto Departamento de Comunicação Social (DCS) da Polícia Civil de São Paulo mostram que Exército, Marinha e Aeronáutica compartilhavam relatórios de teor exclusivamente político entre si e com órgãos estaduais de segurança como as polícias Militar e Civil, além da Polícia Federal. Entre os investigados estavam partidos de oposição, sindicatos, movimentos sociais e militantes de esquerda. Os documentos sugerem que as Forças Armadas infiltravam agentes em assembleias de trabalhadores, reuniões partidárias, atos com conotação esquerdista e até instituições como a Câmara Municipal de São Paulo.
Foto: Agência Estado 
Vice de Tancredo, Sarney passou a faixa a Collor: espionagem com Forças Armadas foi até 91
As incursões clandestinas viravam relatórios, todos com carimbo “confidencial”, que eram distribuídos em uma espécie de rede de informações que incluía setores das Forças Armadas como o Centro de Inteligência do Exército (CIE), 11ª Brigada de Infantaria Blindada, 12ª Brigada de Infantaria Motorizada, 2ª Brigada de Artilharia, 4º Comando Aéreo Regional (4º Comar), Comando Militar Sudoeste (CMSE), Superintendência Regional da Polícia Federal, Polícia Militar do Estado de São Paulo e o DCS da Polícia Civil, entre outros.
Em uma rápida pesquisa nos arquivos do DCS, o iG encontrou seis documentos com timbre das Forças Armadas. Dois deles dizem respeito ao PC do B, um ciclo de debates sobre “Problemas do Socialismo e Situação Mundial” e a participação da Corrente Sindical Classista, braço sindical do partido, no 4º Congresso da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O terceiro documento relata a realização de encontros zonais e municipais do PT preparatórios ao 1º Congresso Nacional do partido.
Fonte: Site do IG.

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